Junho traz subida na prestação da casa
A pandemia do COVID-19 veio trazer muitas mudanças no que se refere à gestão imobiliária, havendo constantes mudanças quase diárias no que toca a prestações, leis e financiamentos.
A prestação da casa vai ser revista em alta, com subidas entre 0,8% e 2,85%, para os clientes que não tenham aderido às moratórias do crédito à habitação. Os contratos com os indexantes mais curtos — Euribor a três e seis meses — são os mais penalizados, tal como aconteceu na revisão das taxas de juro dos empréstimos da casa em maio passado.
Estas subidas resultam de uma escalada da Euribor – que vem em crescente desde março – e que se agravou com a pandemia, devido às dúvidas sobre a capacidade dos bancos em garantir o financiamento às famílias e empresas no atual contexto de crise. Ainda assim, a expetativa do mercado mantêm-se no sentido de que os juros continuem abaixo de 0% pelo menos até março de 2025.
Cálculos para todos os contratos revistos em junho
- Euribor a três meses. Considerando o cenário de um empréstimo no valor de 100 mil euros, por um prazo de 30 anos, e com um spread de 1%, as famílias vão ver a prestação subir 2%, destacando que se trata-se do maior aumento desde a revisão feita em junho de 2011, em pleno pico da crise financeira em Portugal. Serão mais 6,11 euros que elevarão o valor da prestação para os 309,3 euros durante os próximos três meses. Ou seja, a fasquia mais elevada dos últimos quatro anos.
- Euribor a seis meses. Para os agregados cujos empréstimos da casa estejam associados a este indexante, o agravamento dos encargos será ainda maior. Face a última revisão efetuada em dezembro, o acréscimo é de 2,85%. Considerando o mesmo cenário, o valor da prestação aumenta 8,72 euros, para se fixar ao longo dos próximos seis meses nos 315,11 euros.
- Euribor a 12 meses. As famílias com estes contratos – e que representam uma pequena fatia do total dos empréstimos da casa em Portugal — também veem os encargos mensais subir. Mas o aumento será o mais curto entre os empréstimos de taxa variável revistos neste mês de junho. A subida será de 0,8%, com o valor da prestação a aumentar 2,41 euros, para se fixar nos 317,93 euros ao longo do próximo ano, tendo em conta o exemplo simulado.