Perspetivas do Alojamento Universitário para 2021
No ano em que o número de candidaturas ao ensino superior foi o mais elevado no último quarto de século, a necessidade de disponibilização de alojamento para os estudantes torna-se cada vez mais uma necessidade urgente.
Num mundo que já parece tão perdido no passado quanto esquecido, em Portugal previa-se um futuro promissor, onde a necessidade de aumentar o número de vagas nos alojamentos estudantis seria colmatada com o excedente orçamental, fruto de uma fase de crescimento económico. Falamos, claro, de uma época em que a covid-19 não era o tema de abertura dos telejornais e a crise económica a ela associada não era concebível.
Atualmente, a história é outra e o rumo das águas é muito mais imprevisível. O futuro do alojamento universitário depende, um pouco como o futuro de tudo, do desenvolvimento da pandemia. Contudo, o presente ano letivo foi já um ano de várias mudanças no mundo universitário. Num país onde o turismo saiu também muito abalado, Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, anunciou em meados de setembro o conceito de juntar “o útil ao agradável” através do estabelecimento de acordos com hotéis e unidades de alojamento local que permitiram um aumento na oferta para os alunos. Estes acordos com a validade de um ano podem vir a ser renovados, pelo que esta conversão do turismo para o mundo universitário pode ser uma versão de futuro paralelo e igualmente possível.
Ainda que os preços dos quartos tenham registado uma diminuição um pouco por todo o país, nas maiores cidades, como Lisboa e Porto, podem atingir valores até 500 e 421 euros, respetivamente.
Além disso, a oferta privada de alojamento mantém-se elevada, sendo superior à oferta pública em cidades como Lisboa (1358 quartos privados e 1134 camas públicas) e Porto (1358 quartos privados e 1134 camas públicas), segundo uma nota publicada no portal da Direção-Geral do Ensino Superior.
No presente, tem-se, portanto, assistido a uma disponibilização de camas (cerca de mais de 4500 novas camas) por parte de pousadas da juventude, alojamentos locais, hostels e hotéis.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, numa nota explicativa da proposta do Orçamento de Estado para 2021, objetiva um aumento da oferta de alojamentos para estudantes universitários para 30 mil camas até ao ano de 2030. Para tal, compromete-se, através da construção, adaptação e recuperação de residências, a acelerar a disponibilização de 17.000 camas.
Mais ainda, as iniciativas de flexibilização lançadas pelo Governo permitirão a transformação noutros modelos de vários alojamentos locais, que com os efeitos da pandemia preveem um encerramento superior a 70% na hotelaria, sendo esta uma das hipóteses para o futuro do alojamento de estudantes.
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